terça-feira, 27 de março de 2012

A CAIXA



Com suas mentiras me fez sufocar.
E me fez ficar preso numa caIxa,
Mas saiba estou vivo.
Por todo esse tempo estive enganado.
Mas de agora em diante
Eu não vou admitir.
Diante dos seus joelhos
Nunca cairei.
O meu lado mais negro vc quis evidenciar,
Me fazendo chorar lágrimas de sangue.
Agora estou vivo e de pé.
um,dois e três...
conte ate vc cansar.
Quatro ,cinco e seis, e eu ainda nem comecei...
Sete ,oito,nove, e vc vai continuar.
Antes de chegar a dez vc vai sumir,
Ao menos de dentro de mim.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Sílvia 20 Horas Domingo.



De Manhã,Sílvia chega a sua casa,abre a porta,como sempre faz,ao sair do Pernoite,bar lotado de artistas marginalizados por metro quadrado.
É lá na sua casa,onde ela pode esquecer de suas noites maldormidas,envolvidas no suor braçal de seus clientes.
Nem sempre foi assim....
Sílvia vivia com os pais,adorava sua coleção de discos e gibis da Turma Da Mônica.Eram uma das poucas meninas que conheci,que adorava jogar Super Mario Brother's.Ficávamos eu e ela altas horas jogando,sempre na companhia um do outro,e tb de uma coca cola 2 litros e baldes de pipoca.
Sílvia não era uma garotinha do tipinho fútil, que se juntava a pessoas sem graça no final de semana prá passear em shoppings da cidade.Preferia o conforto do seu lar,e bem antes do mp3,fazia seu set list pessoal,curtindo de Novos Baianos a AC/DC.Aliás,eu e ela,quando mais novos,já tinhamos nosso programa de sábado:acordar cedo e ir numa loja de discos.Juntávamos nossas economias,mesadas e etc, e comprávamos nossos discos favoritos.Lembro de um dia estarmos numa loja,e vimos de cara,as capas de Help(Beatles) e Beggar's Banquet(Stones) na frente da porta de vidro da loja.Olhamos um prá cara do outro,e saímos de lá com as duas bolachas debaixo do braço.E sempre sobrava um troco pro sorvete,na volta prá casa.
Hj em dia Sílvia continua com algumas manias e gostos de antes,mas não abre mão de maquiagem ou um batom,prá combinar com sua camiseta do MC5.
e numas dessas idas e voltas nos encontramos no meio da rua,depois de anos.
-Beto,é vc???Quanto tempo!!!!
-Sim,mas desculpe...não tô me recordando de vc.
-Sílvia,sua vizinha de infãncia,filha do Seu Agenor.
-Nossa!Não acredito!É vc menina?
Abraços e mais abraços,ficamos os dois na rua feito duas crianças felizes de se rever,lembrando tb casos e situações,rindo muito.Ao final,Sílvia me olha,e diz que precisa ir,pois precisava descansar.Dei lhe um beijo de despedida no rosto,e ficamos de ligar um ao outro,qualquer dia.
-Prometo ligar prá vc betoMuita coisa na minha vida mudou.Pena não poder ficar para conversar mais.
-Tudo bem Sílvia.Outro dia com mais calma,a gente se fala.Vou te ligar.
-è...seria bom...beijo...se cuida!
E ao me distanciar de Sílvia na rua,vejo-a de longe,entrando num carro importado,de um bacana todo engomadinho.Sabe-se lá prá onde ela vai.
pois é..nem tudo é como um disco dos Beatles...termina amargo,como um do Tom Waits...

(RE) CONSTRUÇÃO

Reconstruo meu mundo  Com novos rostos e nomes. Reformulo cenas Passadas e vividas Do que um dia vivi. Revezo...