sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A Ilha Dos Prazeres Esquecidos




Meu vizinho passa em frente  a mim
E me deseja um bom dia.
Ele supõe que tem tudo
Em suas mãos,
E que tem o controle
Do que planeja para si.


O sol aquece a grama
De meu jardim,
E na sala da  casa,
Minha filha assiste
Seu programa favorito.


Ela se levanta da cadeira
E de forma faceira,
Se ajeita ao meu lado,
com um sorriso de esperança
estampado no rosto.


E com seus pequeninos braços,
Me abraça fraternamente,
Pedindo que fique ali,
Do seu lado em frente a tela da tv.


E num pequeno gesto
Construo seu castelo de diversões,
Fazendo-a sentir-se bem.
E sem nenhum disfarce,
Divido com ela esse momento,
Não a privando de seus sonhos.

A Dama Da Escuridão





   Metade de uma madrugada fria. sentado no sofá da sala, fico defronte a tv, sintonizada em um canal qualquer, É o que  me faz compahia. Porém, não estou sozinho hoje. Minutos antes, tive uma transa com um amante amiga, que agora dorme silenciosamente em meu quarto, satisfeita pela prazerosa junção de nossos corpos outrora suados de euforia e sexo.
    Queria continuar onde estava,deitado com a cabeça no travesseiro aconchegante de minha cama, Mas sorrateiramente, a insônia resolveu também me visitar, me preparando para outra noite em claro. Decido então que o melhor a se fazer, é ficar no outro cômodo da casa, ou seja,a sala. Marcy,a tal amante companheira, aceita minha ausência temporária, sem questionar. Sorte minha. É angustiante não conseguir adormecer, ao lado de quem conta até carneirinhos.
   É também a deixa para que vá para a rua, e encontre meu fornecedor de prazeres psicotrópicos, no trailer de lanches 24 hrs daqui da área, o qual é visitado toda noite por motoristas de caminhões, canas e outras pessoas. Antes de Marcy chegar na minha casa, havia me sobrado apenas algumas gramas de coca, o que não era suficiente, mesmo para alguém que utiliza dela eventualmente.
  Levanto do sofá, e troco a camisa surrada da turnê japonesa de minha banda favorita, por algo mais apresentável. Abro o portão, e sigo para meu destino peculiar.
  Cada passo meu, desfaz o silêncio por onde piso. Olho pros  lados e me sinto solitário. Mas por poucos segundos. Á minha frente, dobrando a esquina, alguém também está a caminhar. Era uma mulher, que nota minha presença,de modo desconfiado,olhando 2 vezes seguidas para trás.
 Acelero o passo,sem ela perceber. Consigo ver seu rosto. Era um belo exemplar típico da cor do pecado. O corpo de ébano vestia um top azul piscina, compartilhado de uma calça precisamente colante em suas belas nádegas curvilíneas.
  Tenho verdadeiro tesão  por essas deusas da negritude. Mas como convidar aquela mulher a meus aposentos, se por uma má sorte do destino, há outra dormindo em minha cama ?
   Instintivamente, insisto em me aproximar.
   - Oi. Não se assuste. Moro aqui, Só estou indo comprar meu veneninho do prazer- Disse eu, de forma passiva, para tranquilizá-la.
   -Tudo bem. Nada nessa vida me assusta nos dias de hoje.-Disse ela, com olhos meio arregalados e  braços cruzados entre os belos seios.
   Sem titubear, pergunto seu nome e se morava ali. ela com o olhar sereno, diz que mora em Gramacho, e que se chamava Simone, para os mais chegados. Saquei naquele momento, que se tratava de uma dama da noite, saindo de seu expediente. Continuamos a andar lado a lado, sem flertes, mais á vontade, trocando algumas poucas palavras,e já chegando próximo de onde iríamos desviar nossos destinos. Em uma última tentativa, sem saber o que fazer, insisto numa aproximação mais direta ,porém idiota. Olho para Simone, insinuante, e peço um  simples beijo. O que ela de forma delicada, me nega.
- Não rola gato. Meus lances,faço por grana-disse Simone sorrindo,direcionando seu olhar para chão, tímida.
   Sem uma opção, digo que tudo bem, mudando meu intinerário, o que ela também faz, distanciando seus passos e sorrindo, como se fosse um "até logo". Meu olhar fica direcionado em sua bela bunda,a mexer deliciosamente, em seus passos largos.
  Assim, de posse de meu fruto proibido, retorno á meu castelo suburbano, com a impressão de que a noite hoje se fez diferente, de certa forma. Lembrarei dela e também  de Simone. Não como qualquer puta , mas sim como uma entre  várias pessoas no mundo, que andando em círculos, tem dentro de si a esperança de novos acontecimentos, vagando  noite após noite, por ruas escuras, encontrando semelhantes personagens á seu redor.

Pecados Da Alma




De novo preso
Em minha cela,
Assumo a culpa
Dos impensáveis erros
Cometidos por mim.


Desprezo o perdão
Como quem nega
Um pedaço de pão.
Me movimentando
Sem pensar.



E em cada passo
Não ensaiado,
Danço com a derrota,
Liberando toda a culpa
Das ações minhas,



Não foi o que
Quis encontrar,
Mas receberei sem questionar
O castigo resultante
De minhas ações.
Sem culpar Deus,
Seja Ele quem for.

Auto Retrato




Meu corpo se veste de em matéria escassa, que se faz completa em mim, no meu interior. A pele respira e vive arte.e o coração bombeia o sangue da vida. Vida que respiro em 2 mundos distintos e paralelos dentro de mim. Um me faz forte, e o outro me desgasta, como numa faca de dois gumes.
Me alimento do amor imcompreendido do poeta, interpretadas em cores do cotidiano. Misturo as cores desse sentimento voraz, e Encaro tudo a volta numa mistura de cores e situações variadas, de momentos simplórios.
E nesse redemoinho de sensações,o que significa felicidade enfim ?
Não sei ao certo. Para alguns pode ser o cargo burocrático oferecido pelo seu chefe numa empresa, ou a troca de um carro novo,uma foda num hotel barato, ou até mesmo o sabor de um doce na boca de uma criança.
Mas prá mim, felicidade é tão somente algumas raras cenas editadas no filme do dia a dia. Um filme, um disco, um livro. Cada uma dessas coisas, me dá prazer voraz e necessário, tão maior que o sexo, que diferente deste, não termina no gozo ou no esperma. A arte me dá o divino prazer da vida, e que me faz poder suportar tudo em minha volta.

Backstage




Quando estou no palco,
Tenho o mundo em minhas mãos.
Cicatrizo as chagas
De minha alma solitária,
E a cada nota tocada,
Sinto calor e êxtase.


Minhas ideías enfim
São compartilhadas
Por pessoas
Iguais a mim,
Sedentos pela busca
De sua identidade pessoal.


E num ritual enlouquecido,
Pessoas expulsam seus demõnios,
Celebrando a vida
Da forma mais simples possível,
Entre amigos, som e fúria adolescente.

Aceitação E Perda II




O guerreiro sabe
A hora certa
De cessar sua artilharia,
Quando o seu tempo se faz escasso.


Não lutarei contra o tempo,
Tempo que  me restou
E que me faltou.

Se fazer de forte para
Esconder a real situação.
É ocultar o momento
Em que me torno frágil,
E assim,me faria um covarde,
Por não aceitar
Que tornei-me perdedor.


Ser forte é aceitar
A derrota de forma digna,
sem se tornar uma piada
De si mesmo,
Refletida no espelho.

E também me faz enxergar além,
E ter a possibilidade de acertar
onde houve o erro,


E que isso não se torne
Uma meta ou sina,
Que seja o último motivo
Para se  conquistar algo,
De modo desesperador e obsessivo.

Aceitação E Perda




Que meus últimos minutos
Sejam preenchidos,
Com o passar de cenas
De minha vida,
Em stop motion.
Que sejam cortadas e decupadas
Todas minhas frustrações e tentativas
De ideais não finalizados,
Por culpa de  meu próprio
Descaso e Falta de competência.



Que  a minha derrota
Represente não o fracasso,
Mas a tentativa
De fazer valer
O que acredito.


Que eu aceite
De forma digna,
O que pude alcançar,
Do que foi limitado a mim.

Manifesto Literário Das Ilusões





Quero me tornar invisível,
Neutro nesse mundo
De conspirações e mentiras
Esse mesmo mundo
O qual me torna alguém infeliz,
Me fazendo gritar
E não ser ouvido.


Mundo de omissão e mentiras,
Criadas por pessoas
Que se fazem cegas
Em relação a seus semelhante,
Negando a mão a quem necessita.


Importante é o vil metal
aos olhos dos ignorantes,
Que se preocupam em ter mais,
Não oferecendo
A quem  tem de menos,
Gerando uma diferença de classes
Fadadas a lutar
Por um falso modo de vida.
Achando que ela se resume
Ao brilho cor de prata
De um Renault.


Não preciso desses bens materiais,
Que só fariam desconfigurar
Meu caráter e civilidade moral,
Trasformando-os em
Egocentrismo e frieza,
Nascendo  inveja
Em quem se ilude
com  falsas alegrias.

O que preciso é
Um lápis e um caderno.
Estes sim me fazem tornar
Uma pessoa melhor e mais elevada,
Conseguindo trazer alegria,
Ao cotidiano dos exclúidos
e de quem mais necessitar.


E se o acaso faça com que
Eu me encontre com a morte
De forma inesperada,
Que ao menos eu seja reconhecido
Pelo que escrevo,
E não pelo que o sistema
Me força a ser,
Nesse imundo mundo programado
A favor de quem tem mais,
E renegando quem tem menos.

Últimas Notícias





O sol se vai
E ratos aparecem
De todos os cantos
Da cidade cinza.


Do outro lado,
Sobreviventes do caos
surgem com o grito
Sufocado pelo tempo,
Onde as barreiras e paredes 
Parecem ter vida própria.


Confiantes,lutam por igualdade
Num reality show sangrento e opressor,
Patrocinado por uma
Máquina capitalista,
Que faz o seu próximo
Se tornar antagonista.


Eles irão lutar também,
Em contrapartida
De forma desleal,
Criando conquistas 
Para quem está oculto,
Se escondendo do que
Possa se tornar sua ruína 


E empunhando seu objeto bélico,
Sente-se poderoso,
Destruindo os sonhos
De uma liberdade coletiva.


O saldo final serão 
De mortos e feridos,
Cobaias experimentais
Da fúria opressora,
Irracional
E ameaçadora,
Da máquina.


Palavras



                                          


Escrevo palavras que
Me fazem sair desse mundo.
Crio seres idênticos,
Feitos á minha 
Imagem e semelhança,
Com defeitos e perfeições
De qualquer ser existente.


cada um deles tem um pouco
Do que sou e penso.
Características divididas
De um único ser.


E em sua realidade
Não se preocupam
Em alcançar uma dita
Perfeição.
Acreditam que seus erros
Não podem ser lapidados,
Vivendo de forma
Mais simples e clara,


Brinquedo Do Diabo





Não sou mais a criança perfeita
Que outrora meus pais
Vislumbravam.
O brilho dos olhos verdes
Deu lugar a um olhar soturno,
Dilatado pelo tempo.


Tornei-me ser escravo,
Condenado por 
Ações impensadas.
Um homem perdido
Em seu próprio caminho.


Sigo em frente
Resistindo a minha sina.
Todavia, sinto que
A busca por redenção
Nunca esteve tão distante.


E com o corpo rodopiando 
Por dentro do furacão,
Fico a aguardar
O momento de calmaria,
Mesmo que a longo prazo.


Me resta viver
Á espreita de
Uma suposta fagulha
De esperança.
Mesmo que meus pés me levem
A um caminho sem volta.

O Índio Na Selva De Pedra.




   Em meus momentos livres em casa,fiz algo que  durante 4 dias de cada semana, me questiono,que é o de  saber o motivo de estar nesse mundo,exercendo uma função em um emprego formal, que embora não me agrade,faz com que possa  pagar minhas contas,enquanto que em uma outra função, mais discreta e sem um certo reconhecimento ainda, e  outra, onde não ganhando quase nada,me dê prazer,que é o de escrever.
    Acho de um desgaste enorme trabalhar num emprego em que eu consiga renda, mas não satisfação. Porém aceito a condição,para manter-me vivo,até que apareça uma boa alma, que reconheça a força e qualidade de meus textos.
    Em meu emprego formal, exerço funções de forma simples, com erros e acertos que possam ocorrer do dia a dia de trabalho. O que me grila é que não só eu,mas muitas pessoas que sabem da minha afinidade literária,quando lêem algo que escrevo, elogiam de forma sincera (seja a pessoa desconhecida ou  de meu círculo de amigos),sentindo  a qualidade do que produzi e publiquei,seja uma crõnica em blog/site ou livro. Ás vezes se sentem como se fossem personagens do texto em si até.
    Sendo bem sincero e deixando um pouco a modestia de lado, sinto muita qualidade em meus textos. Muita mesmo. Afinal de contas,pensem comigo: se meus textos fossem ruins, me disponibilizaria a publicá-los ? Se percebo que são bons, deixaria de mostrar a uma ou mais pessoas ? Não sou dramaturgo, mas vejo que meus textos tem muito mais força e sinceridade, do que muita coisa que um autor de nível superior formado escreve. E isso não é só uma opinião minha não. Já ouvi outras pessoas fazendo a mesma comparação.
   Não almejo ser um autor de best sellers,ou de grande escalão. Ouvi dizer uma vez até, que um escritor novato só consegue algum crédito do seu esforço, lá pelo seu terceiro ou quarto livro. Porém, isso não me importa.
   O que me preocupa, é não poder ampliar e dar visibilidade, a textos tão cheios de qualidade ( e ás vezes nem tanto, por que não ? Não sou perfeito), fazendo com que meu esforço seja em vão, não podendo assim dividir o que sinto e passo no papel,a leitores e simpatizantes da literatura.
   Também me daria por satisfeito, se ao menos pudesse sobreviver dos meus livros e textos, e com isso obter tempo livre para ler outros autores,pesquisar e escrever. Porém, minha atual realidade me faz cronometrar horários, limitados entre o tal trabalho formal e afazeres de casa do cotidiano. O que no fim sobra dentro desse tempo curto, é o que melhor sei fazer, que é escrever. Parece algo utópico, mas não é.
   Não busco o glamour que muita gente pensa existir no tal dito "escritor". Acho o título até de certo modo, pouposo e arrogante. E embora eu tenha que admitir realmente que eu seja um, me vejo apenas como um "contador de causos", que sente prazer em dividir sentimentos e momentos de reflexões de uma vida corrida,e  que por meio de caneta e papel, possa expressar e dividir coletivamente, esses momentos.
   Outra: não menosprezo o emprego formal,seja ele qual for. Só não sinto vontade de me dedicar a ele, sabendo que posso me dedicar a escrita, produzindo muito mais e de forma bastante eficaz. Tenho certeza que há pessoas que exercem suas funções, dentro de um emprego formal, com a mesma dedicação de alguém que tenha uma função diferenciada, e fora do que é o cotidiano de uma empresa privada ou pública.
   É verdadeiramente gratificante, quando alguém comenta : "Carlos, adorei o seu texto e me vi nele, vivi aquele momento". Ou quando dizem "Seu texto é bem simples e direto,sem  preocupação em usar uma escrita mais acadêmica ou metáforas exageradas". Dessa forma, sinto que essas pessoas conseguiram captar a ideía dos meus contos, crônicas e poesias. É um ponto muito positivo, independente da grana que possa ou não ganhar.
   Escrevo sim de forma bem pessoal,sem que se torne o texto, algo biográfico, misturando muitas vezes situações reais com ficção, mas com uma escrita simples (não confundir com escrita pobre ou sem senso), onde torno a leitura leve, fazendo com que o leitor se sinta envolvida nela. E também quem sabe, que ele tenha a mesma sensação de prazer que senti, na hora em que finalizei o texto.
   Fica aqui meu desabafo em escrito, mesmo sem ter a minha questão lá do primeiro parágrafo, respondida. Talvez eu seja apenas um resmungão, e que meus amigos e leitores tenham realmente razão. Só espero que eu esteja vivo para saber do que a vida possa me dar,escrevendo ou não.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Crime E Castigo








Não diga que
Me vê ao longe,
Se de perto
Eu me tornava
Invisível.


Não sinta falta
De meu abraço,
Se bem antes,
Sua indiferença
Vinha de encontro
A meu corpo.

Não diga "onde você está agora",
Se por vezes
Você se fazia distante.
E não desperdice
Suas lágrimas,
Se antes elas
Sequer Umedeciam
A retina
De seus olhos.

E não se lamente
Por não poder
Voltar atrás,
Mudando tudo.

Afinal, o que restou,
Não é suficiente
Para transformar
Arrependimento
Em esperança.

O Preço










Vivo as regras que a vida me ofereceu.
Dedicado  e cego em seu jogo,
Tentei  me tornar alguém melhor.


Adentrei em seu labirinto
De ilusões e falsas saídas.
E me vendo cego,
Fui cercado por pessoas
As quais se acham no direito
De me julgar,
Sem sequer saber
O caminho que percorri.


Nunca mais vou me questionar.
Nunca mais vou me culpar.
E nunca mais vou me martirizar
Pelo que possa vir contra mim,
Por meio de meu insensato destino.

Brasa






Fácil quando a dor
Não é a de seu coração...
E a pele queima
Em mentiras elaboradas,
Ditas de forma doce,
Enquanto se caminha na brasa.

Seu nome se evapora no ar,
E O que seria mal de amor,
Se torna a veracidade
De  sua frieza,


Me encontro
Acoado e preso
Contra  sua voz
Que se apresenta
Áspera e venenosa.

Caminho sem destino nas ruas.
Ruas costuradas por
Ilusões e mentiras...
Deus como pode???
Tão fria, tão seca.


A saliva antes adocicada
se torna uma faca de dois gumes,
A qual me perfura
Com prazer,com vontade.
E por um longo tempo, você se esvai
De meus sonhos e pesadelos.
Enquanto continuo seguindo,
Caminhando sobre brasas....

Story Board ( Universo Paralelo)










Amanheço com o raiar do dia
A clarear meu quarto.
A mente se desfaz
De tudo que vi,
Em delírios explícitos
Que senti
Na noite anterior.


E entre canetas e papéis amarelados
Busco palavras que tento recordar,
Criando meu universo paralelo
E seus personagens imperfeitos
E sem virtudes.


Isolo a realidade
Posta á mim,
Realidade que se faz programada.
Entrego sem dó questionamentos
A uma sociedade robotizada e cega.


E a mesma não entende isso
Por simples descaso e receio.
Com medo que isso desencadeie
algo que possa vir a substituir,
Suas já fadadas regras
Pré estabelecidas e obsoletas.
   

Prenda

                                        





Se entregue a mim
Com confiança.
Venha do jeito que estiver,
E receba o que há de bom em mim.
E sendo desta forma,
Aceite o calor do meu corpo
Como quem aceita uma prenda.


Caminhe ao meu lado,
E me proteja das chagas
Que há tempos me ferem,
E que possa receber
O que eu tenho
A oferecer te.


Me dê a esperança
De um novo dia,
Reformulando sensações
Vindas de dentro de mim.


Que me abrace sem medo
E sem questionamento,
Mudando meu cotidiano.
Apenas sorria
sem precisar se preocupar,
com algo que possa
Me surpreender


Que venha na minha direção
De forma natural.
E que o gesto
Se torne dedicação,
Numa ação voluntária
De nós dois.


Enfim, que seja repleto
De sentimentos
E boas vibrações,
Sem a preocupação de  saber
se é  amor, tesão ou cisma.
apenas sinta.

           

Desarmado







Dissecado pelo
Martírio do desespero,
Aguardo sufocado
O raiar do dia
Sem esperança
De supostas novidades.



O corpo exausto
De tanto apanhar,
Pede rendição.

Na ausência
Da  esperança,
A mente cansa.
E sem forças,
A voz se cala.
 


O Silêncio Das Ruas




 Respiro a verdade nua
Das palavras ocultas,
No caótico mundo
Dos seres irracionais.


Amanheço dia após dia
Em meu habitat particular
De letras marginais,
Que enfeitam
Tudo ao meu redor.


Sinto o abraço caloroso
Das ruas e vielas,
As quais aceitam
Passos repetitivos
De poetas e boêmios.

Assim caminho,
Por cantos
E escombros,
cúmplíces do meu delírio.

Sentimentos que me fazem
sentir vivo,
Em meio a selva de pedra
Dos ignorantes.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Classificados









Procura-se um coração partido
Que saiba  sentir o reflexo de si.
E que reconheça o valor
De um sentimento.
Que tenha  manias,
Sejam elas estranhas
E em contrapartida,
Aceitáveis.

Que ande de mãos dadas,
Sem se importar
Em contabilizar,
Quantos passos dará
Ao horizonte.

Que seja inesperada
como uma brisa,
E surprendente
sem se tornar
Ilusão de ótica.

Que possa amar e receber tudo
Que se tem do cotidiano prazeroso
Das emoções,
Sejam elas ruins ou boas.

Que seja amável,
E que o beijo
Seja eterno e único.
Fazendo com que
Nossos corpos se atraiam
E fiquem umedecidos entre si,
Pelo calor de dois seres nulos.


Em troca ofereço
Palavras não contidas de adoração,
Formentado da importância
Do ser em si,
Nos fundindo em um só.
A mesma se tornará um trofeú,
Fechando enfim, o ciclo de uma busca.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Tic Tac



                                                                     Não sou mais dono
                                                                     De minhas vontades.
                                                                     A mente agora
                                                                     Se encontra
                                                                     Fora do alcance,
                                                                     Do que me faz forte.
                                                                     E enquanto isso,
                                                                     Os ponteiros do relógio passam,
                                                                     Esperando pela minha
                                                                     Condenação passional.

Ponto De Fuga




Deveria ter sincronizado
O som da porta a se fechar,
Com o simples "adeus"
Que saiu de sua boca.
Imagens tão difíceis
De se aceitar,
Quando o que se tem
É um olhar paralisado,
No longínquo infinito.

Sinto a vinda  do entardecer
Entrar na sala,
Onde suas malas estão prontas
Para seguir junto a  seu destino,
Aguardando a frieza do aeroporto.
Fragmentos de algo que antes
Se resumia á um quadro,
Pintado por nós com perfeição.

Cenas distorcidas que insisti
Se tornarem ocultas
Por dias e noites,
E que agora,
Se esfarelam
Em angustiantes
Minutos de frustração.

Um ato inacabado por vítimas
E sem culpados,
Memorizados em palavras
De um poema morto,
E finalizado pelo 
Imutável  destino .



domingo, 28 de julho de 2013

Entre Correntes



Acorrentado como um animal
E preso a seu corpo,
Me entrego com indiferença
A tudo que não quis aceitar,
De seu torturante capricho.

Paredes de concreto se criam
Entre nós.
E com determinação
você as quebra.
Por que essa necessidade
De se criar um teatro de horrores ?

Não quero aplauso de uma plateía,
Mas sim ir prá algum lugar
Onde nada me machuque,
E que possa blindar,
O meu já sacrificado coração.

Último Ato




Tente pronunciar meu nome,
E você não o verá.
Como afirma ser minha,
Se antes, nunca foi ?
E o que você supõe 
Ser algo especial,
Não é.

Foi dessa forma
Que  você vendou meus olhos,
Contra algo que veio
De encontro a mim,
E ao meu querer.

Face...o que posso te dar é minha face,
Para rebater minhas palavras
E aceitar meu perdão.

Eu vejo o sol queimando meu corpo,
E vejo você sorrir.
A última cena
De um filme inacabado
Por nós.

Mono Amor



E se eu tentasse te salvar,
E se tentasse me amar ?
Ainda sentiria dor em você ?
Eu te dei tudo     que pude.
Te daria o dobro até
Do que consegui,
Até aceitar e dizer
Que sou único,
Dentro de você 




Evolução Humana ?

 


 Na maioria das vezes, acredito que não pertenço a este mundo, e nem que me encaixo nele. Mundo em que pessoas brigam por poder de forma egoísta ,
expondo suas idéias , mas desrespeitando outros formatos e pontos de vista.
Com isso, se cria uma gestão individualista, e em contrapartida, afrontoso,
Enfim,o governo quer um páis onde pessoas nao tenham voz, e que elas mesmas se confrontem umas ás outras, gerando aos poucos, guerra, caos e por fim, destruição.
Será que isso que dizem ser, a evolução do homem ?
Melhor voltar a ser um homo sapiens.


Direções



Depois daquele dia
Minhas malas não se encontram
Mais vazias.
E onde estamos agora,
Senão em círculos?
Esse é um  premio válido,
contra as palavras que me diz ?
Sem rumo andamos
A longos passos,
Em direções opostas,
Procurando uma  cidade fantasma.

Sobras




Me deixe com as palavras ditas,
E a dor do que acabou.
Guarde os bons momentos,
E os ruins, que fiquem comigo.
Deixe-me sentir negado por você,
Até que se torne
Uma estranha a meus olhos.
E sem presa,
Se faça surtir o efeito,
Do esquecimento involuntário.

Deixe salvo apenas,
Meu último suspiro numa
Mensagem de celular.
Como registro do que foi encerrado.

Feche a porta sem bater.
Como fez com seu coração.
E me deixe aqui, sem mistério,
Em meu purgatório pessoal.

sábado, 27 de julho de 2013

Abaixo De Zero



 Estarei escondido
Em seus pensamentos
Enquanto dorme.
Você não sabe onde ir,
E eu a sigo
Num mundo irreal,
Com a missão de limpar
As chagas que apodrecem,
Em minha já amaldiçoada  alma.

O grito guardado se cala.
E com ele virá,
A noite mais silenciosa
Que vimos passar
Em nossos olhos.

Não é fácil a aceitação da fuga.
somente para quem parte,
Mas não para quem fica.
Encontraremos o limbo de torturas.
Se sente feliz agora
Que seu mundo perfeito, 
É uma janela á ceú aberto,
Revelando o ceú oculto ?

Imóvel

Preso em uma caixa,
Imóvel como um brinquedo.
Olhos vendados,
Movimentos anulados.
Agora  sinto-me melhor assim.
Não sinto a esperança
No que procuro,
E aceito seu abraço frio.
Recebo as flores a minha  volta,
Como a um troféu.
A chuva cai em meu corpo
E eu não sinto as gotas.
Tudo ja foi feito,
Só preciso descansar enfim.
Não procuro mais
Pela minha caminhada infinita.
Não procuro pelas
Respostas ocultas em anos,

E também não  me atrevo
A encontrá-la mais.
A reposta eu  encontrei em mim,
Do jeito que  sei, enfim .
E de encontro a essa busca,
Me deito em seu colo,
Para o eterno repouso.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Quebra-cabeça



Antes de o sol se pôr
Eu  me dei em si,
E sobre escrombos
Fortaleci minha alma,
Há tempos doente.
Sem esperar por um final inconsequente,
Me reformulei
Achando a saída,
Sem bater na porta.
Encontrei tudo ao meu redor,
E me vi em cores
Que você nunca reparou.
E agora longe de nós,
Posso aceitar
Nossos erros e acertos
Aparecerem,
Como num slide
De cenas editadas,
Num aparelho Datashow.

Destroços






Me despedaço em palavras ocultas, as quais não quis ouvir.
Escravo do seu toque, me curvei
Diante do  horizonte distante que construi.
Eu gritei de dor, e você não ouviu.


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Dias Infinitos (Janela De Vidro)





Dias, semanas,
Minutos longos.
Espaço e tempo torturantes.
Você não percebe
o quanto me faz bem ?


Me veja em seus olhos
E sinta a dor.
Baby, você sabe
Que ainda é a melhor.
Os fantasmas desta casa sumiram,
Enquanto lá fora chove.
E o que fazer da vida,
Quando ela nos separa?


E assim você me apareceu,
Me fazendo olhar
Para outro horizonte,
De olhos fechados.
Tente mudar meu mundo
Para uma outra direção,
Distante desta cidade.




terça-feira, 16 de julho de 2013

Vertigem Em 360 Graus

                                       

                                        
 

                                                                                    O que eu pensei ser algo especial,não é.
                                                                                    Tão fria e seca.
                                                                                    Deus,como pôde?
                                                                                    A saliva antes doce,
                                                                                    Se torna uma faca de dois gumes,
                                                                                    A qual me perfura
                                                                                    Com gosto e com vontade.




Recebo com pesar o beijo cortante
E as palavras de sua boca,
Que me fazem confuso.

                                                            Não percebo que
                                                            Perdi você em algum momento.
                                                            Momento infeliz das palavras soltas
                                                            Entre eu,entre você,
                                                            Numa guerra de egos.



A doce brisa se esvai
De meus sonhos e pesadelos.
Enquanto continuo caminhando sobre pedras.
Você tenta pronunciar meu nome sem sucesso
E não tem mais nada pra sentir,

                                                                                                           

Luzes acessas 
E cortinas caem pelo teatro.
                                                                                                          


Não há mais nada que eu possa fazer.
Até poderia me sentir melhor.
Porém, por um período muito pequeno,
Fiquei cego á seus atos,
Que vieram de encontro
A mim e ao meu querer.

                                                                                                Você implorou e chorou,
                                                                                                E eu em um ato impensado,

                                                                                                Simplesmente não te perdoei.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Beijo Do Escorpião





Durante a noite seu suspirar me sufocou,
E o beijo que antes me dava euforia
Me Corta, como uma lâmina afiada.

Viajo na sua imagem,que me aparece
Distorcida pelo álcool.
Seu gozo não é mais o mesmo,
E a chuva ácida continua caindo....

Use sua face oculta e me reprima
Com lágrimas banhadas de sangue,
As quais não seco.
E o que almeja, eu não te darei,
Pois não gosto do que estou sentindo.
E a chuva ácida continua caindo..

A quem pedir socorro ? 
A quem pedir um voto de salvação ?
É como uma corrida sem fim,
Onde não há vencedores, nem perdedores
Ao meu lado. 
Por isso o pódio me foi negado.

E ao final de tudo,
Te presenteio com flores mortas,
Pelos anos da indiferença,
Restando dentro de você
Dúvidas, as quais não responderei.

















quarta-feira, 26 de junho de 2013

Renascer




Em meu mundo interior
Crio e recrio
Minhas idéias e conceitos.
A mente se transforma a toda hora
Numa coleção de papéis vivos,
Os quais se moldam em coletividade,
Incenssantemente e em lugares infinitos.


( Homenagem à querida amiga Thina Curtis, realizadora do evento Fanzinada, dedicado á cultura dos Fanzines e a criação deles, realizando workshops,exposição, etc. Entre aqui e saiba mais !!! )

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Martírio Do Suicida







Os dias,as semanas,os meses.
As horas passam...

               A vida num piscar de olhos.
               E o que me resta são amigos,cerveja e euforia,
               Além do seu intepestivo amor.

Porém,saiba,amor, que não estarei  aqui sempre,
Pois a cada dia fico próximo,
de minha eterna liberdade.

domingo, 5 de maio de 2013

Me Perco





Me perco nas imagens,nas visões que gostaria de ver,no sentido das coisas,no sentido da vida.na minha missão na terra.
insatisfação me corroí,me queima os pulmões,me faz descrer na remota mudança dos acontecimentos.
Não,não sou negativista ou pessimista.Sou alguém que não romantiza ações e consequencias.E por mais que eu tente aceitar e aguardar tudo melhorar,o universo conspira a favor da minha derrota.

Na Contramão




 Atravessei a rua,na expectativa remota de te ver, de saber sobre você,mesmo tendo certeza de que desde o dia que fechou a porta de casa, não retornaria mais. E é engraçado como ainda vejo esperança em algo tão impossível.Pode ser exagero meu, mas é o que posso ter no momento. E isso só faz trazer dor.A dor de sentir o que não foi concretizado.E a cada passo me perco. E enquanto sigo pelas ruas,vejo o brilho dos faroís de carros e praças iluminadas,o que me faz lembrar do seu olhar antes aconchegante,que me fazia esquecer todos os problemas do cotidiano. Só me resta voltar prá casa.E ao abrir a porta,comtemplo O sofá da sala,tão invisível desde que você se foi.a tv que mesmo com o volume alto, parece estar sem som.Tudo nessa casa agora parece abandonado ,O que antes transparecia ter vida,agora não mais há.Silêncio em mim. Me deito,e comtemplo imagens no teto do quarto.Imagens refeitas de momentos variados.Um mozaico de cenas e sensações híbridas:Contradições expostas,expectativas não realizadas.palavras mal ditas no calor da emoção,olhares perdidos... E a única coisa a fazer nesse momento, é fechar os olhos, torcendo que o dia seguinte traga esperança por onde eu passar.E que possa talvez,guiar seus passos até mim,onde você estiver.

(RE) CONSTRUÇÃO

Reconstruo meu mundo  Com novos rostos e nomes. Reformulo cenas Passadas e vividas Do que um dia vivi. Revezo...