terça-feira, 1 de outubro de 2013

Crime E Castigo








Não diga que
Me vê ao longe,
Se de perto
Eu me tornava
Invisível.


Não sinta falta
De meu abraço,
Se bem antes,
Sua indiferença
Vinha de encontro
A meu corpo.

Não diga "onde você está agora",
Se por vezes
Você se fazia distante.
E não desperdice
Suas lágrimas,
Se antes elas
Sequer Umedeciam
A retina
De seus olhos.

E não se lamente
Por não poder
Voltar atrás,
Mudando tudo.

Afinal, o que restou,
Não é suficiente
Para transformar
Arrependimento
Em esperança.

O Preço










Vivo as regras que a vida me ofereceu.
Dedicado  e cego em seu jogo,
Tentei  me tornar alguém melhor.


Adentrei em seu labirinto
De ilusões e falsas saídas.
E me vendo cego,
Fui cercado por pessoas
As quais se acham no direito
De me julgar,
Sem sequer saber
O caminho que percorri.


Nunca mais vou me questionar.
Nunca mais vou me culpar.
E nunca mais vou me martirizar
Pelo que possa vir contra mim,
Por meio de meu insensato destino.

Brasa






Fácil quando a dor
Não é a de seu coração...
E a pele queima
Em mentiras elaboradas,
Ditas de forma doce,
Enquanto se caminha na brasa.

Seu nome se evapora no ar,
E O que seria mal de amor,
Se torna a veracidade
De  sua frieza,


Me encontro
Acoado e preso
Contra  sua voz
Que se apresenta
Áspera e venenosa.

Caminho sem destino nas ruas.
Ruas costuradas por
Ilusões e mentiras...
Deus como pode???
Tão fria, tão seca.


A saliva antes adocicada
se torna uma faca de dois gumes,
A qual me perfura
Com prazer,com vontade.
E por um longo tempo, você se esvai
De meus sonhos e pesadelos.
Enquanto continuo seguindo,
Caminhando sobre brasas....

Story Board ( Universo Paralelo)










Amanheço com o raiar do dia
A clarear meu quarto.
A mente se desfaz
De tudo que vi,
Em delírios explícitos
Que senti
Na noite anterior.


E entre canetas e papéis amarelados
Busco palavras que tento recordar,
Criando meu universo paralelo
E seus personagens imperfeitos
E sem virtudes.


Isolo a realidade
Posta á mim,
Realidade que se faz programada.
Entrego sem dó questionamentos
A uma sociedade robotizada e cega.


E a mesma não entende isso
Por simples descaso e receio.
Com medo que isso desencadeie
algo que possa vir a substituir,
Suas já fadadas regras
Pré estabelecidas e obsoletas.
   

Prenda

                                        





Se entregue a mim
Com confiança.
Venha do jeito que estiver,
E receba o que há de bom em mim.
E sendo desta forma,
Aceite o calor do meu corpo
Como quem aceita uma prenda.


Caminhe ao meu lado,
E me proteja das chagas
Que há tempos me ferem,
E que possa receber
O que eu tenho
A oferecer te.


Me dê a esperança
De um novo dia,
Reformulando sensações
Vindas de dentro de mim.


Que me abrace sem medo
E sem questionamento,
Mudando meu cotidiano.
Apenas sorria
sem precisar se preocupar,
com algo que possa
Me surpreender


Que venha na minha direção
De forma natural.
E que o gesto
Se torne dedicação,
Numa ação voluntária
De nós dois.


Enfim, que seja repleto
De sentimentos
E boas vibrações,
Sem a preocupação de  saber
se é  amor, tesão ou cisma.
apenas sinta.

           

Desarmado







Dissecado pelo
Martírio do desespero,
Aguardo sufocado
O raiar do dia
Sem esperança
De supostas novidades.



O corpo exausto
De tanto apanhar,
Pede rendição.

Na ausência
Da  esperança,
A mente cansa.
E sem forças,
A voz se cala.
 


O Silêncio Das Ruas




 Respiro a verdade nua
Das palavras ocultas,
No caótico mundo
Dos seres irracionais.


Amanheço dia após dia
Em meu habitat particular
De letras marginais,
Que enfeitam
Tudo ao meu redor.


Sinto o abraço caloroso
Das ruas e vielas,
As quais aceitam
Passos repetitivos
De poetas e boêmios.

Assim caminho,
Por cantos
E escombros,
cúmplíces do meu delírio.

Sentimentos que me fazem
sentir vivo,
Em meio a selva de pedra
Dos ignorantes.

(RE) CONSTRUÇÃO

Reconstruo meu mundo  Com novos rostos e nomes. Reformulo cenas Passadas e vividas Do que um dia vivi. Revezo...