sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O Índio Na Selva De Pedra.




   Em meus momentos livres em casa,fiz algo que  durante 4 dias de cada semana, me questiono,que é o de  saber o motivo de estar nesse mundo,exercendo uma função em um emprego formal, que embora não me agrade,faz com que possa  pagar minhas contas,enquanto que em uma outra função, mais discreta e sem um certo reconhecimento ainda, e  outra, onde não ganhando quase nada,me dê prazer,que é o de escrever.
    Acho de um desgaste enorme trabalhar num emprego em que eu consiga renda, mas não satisfação. Porém aceito a condição,para manter-me vivo,até que apareça uma boa alma, que reconheça a força e qualidade de meus textos.
    Em meu emprego formal, exerço funções de forma simples, com erros e acertos que possam ocorrer do dia a dia de trabalho. O que me grila é que não só eu,mas muitas pessoas que sabem da minha afinidade literária,quando lêem algo que escrevo, elogiam de forma sincera (seja a pessoa desconhecida ou  de meu círculo de amigos),sentindo  a qualidade do que produzi e publiquei,seja uma crõnica em blog/site ou livro. Ás vezes se sentem como se fossem personagens do texto em si até.
    Sendo bem sincero e deixando um pouco a modestia de lado, sinto muita qualidade em meus textos. Muita mesmo. Afinal de contas,pensem comigo: se meus textos fossem ruins, me disponibilizaria a publicá-los ? Se percebo que são bons, deixaria de mostrar a uma ou mais pessoas ? Não sou dramaturgo, mas vejo que meus textos tem muito mais força e sinceridade, do que muita coisa que um autor de nível superior formado escreve. E isso não é só uma opinião minha não. Já ouvi outras pessoas fazendo a mesma comparação.
   Não almejo ser um autor de best sellers,ou de grande escalão. Ouvi dizer uma vez até, que um escritor novato só consegue algum crédito do seu esforço, lá pelo seu terceiro ou quarto livro. Porém, isso não me importa.
   O que me preocupa, é não poder ampliar e dar visibilidade, a textos tão cheios de qualidade ( e ás vezes nem tanto, por que não ? Não sou perfeito), fazendo com que meu esforço seja em vão, não podendo assim dividir o que sinto e passo no papel,a leitores e simpatizantes da literatura.
   Também me daria por satisfeito, se ao menos pudesse sobreviver dos meus livros e textos, e com isso obter tempo livre para ler outros autores,pesquisar e escrever. Porém, minha atual realidade me faz cronometrar horários, limitados entre o tal trabalho formal e afazeres de casa do cotidiano. O que no fim sobra dentro desse tempo curto, é o que melhor sei fazer, que é escrever. Parece algo utópico, mas não é.
   Não busco o glamour que muita gente pensa existir no tal dito "escritor". Acho o título até de certo modo, pouposo e arrogante. E embora eu tenha que admitir realmente que eu seja um, me vejo apenas como um "contador de causos", que sente prazer em dividir sentimentos e momentos de reflexões de uma vida corrida,e  que por meio de caneta e papel, possa expressar e dividir coletivamente, esses momentos.
   Outra: não menosprezo o emprego formal,seja ele qual for. Só não sinto vontade de me dedicar a ele, sabendo que posso me dedicar a escrita, produzindo muito mais e de forma bastante eficaz. Tenho certeza que há pessoas que exercem suas funções, dentro de um emprego formal, com a mesma dedicação de alguém que tenha uma função diferenciada, e fora do que é o cotidiano de uma empresa privada ou pública.
   É verdadeiramente gratificante, quando alguém comenta : "Carlos, adorei o seu texto e me vi nele, vivi aquele momento". Ou quando dizem "Seu texto é bem simples e direto,sem  preocupação em usar uma escrita mais acadêmica ou metáforas exageradas". Dessa forma, sinto que essas pessoas conseguiram captar a ideía dos meus contos, crônicas e poesias. É um ponto muito positivo, independente da grana que possa ou não ganhar.
   Escrevo sim de forma bem pessoal,sem que se torne o texto, algo biográfico, misturando muitas vezes situações reais com ficção, mas com uma escrita simples (não confundir com escrita pobre ou sem senso), onde torno a leitura leve, fazendo com que o leitor se sinta envolvida nela. E também quem sabe, que ele tenha a mesma sensação de prazer que senti, na hora em que finalizei o texto.
   Fica aqui meu desabafo em escrito, mesmo sem ter a minha questão lá do primeiro parágrafo, respondida. Talvez eu seja apenas um resmungão, e que meus amigos e leitores tenham realmente razão. Só espero que eu esteja vivo para saber do que a vida possa me dar,escrevendo ou não.

Um comentário:

Marlye disse...

Carlos é pura verdade, vc. se expressou muito bem, a sensação que se tem ao escrever um livro é a mesma que se tem ao nascer o primeiro filho.

(RE) CONSTRUÇÃO

Reconstruo meu mundo  Com novos rostos e nomes. Reformulo cenas Passadas e vividas Do que um dia vivi. Revezo...